A FOLHA
DO SUBÚRBIO E SUA NARRATIVA AO GOLPE MILITAR
Aluno A, Aluno D e Aluno I. [1]
Resumo: Esta pesquisa cientifica tem como objetivo estudar a
narrativa do jornal folha do subúrbio a fatos que ocorreram antes e durante o
golpe militar de 1964, e interpretar suas intenções ao passar informação a seus
leitores. O
jornal impresso tem como objetivo levar informação a seus leitores e essas
informações podem ser através de artigos, notícias e reportagens. O Jornal Folha do Subúrbio, noticiou e
acompanhou ativamente todos os eventos que ocorreram antes e após o golpe de
1964 intitulado na época como revolução. A função do jornal Folha do Subúrbio [2] foi passar informações a
população de Camaçari e região, trazendo suas narrativas sobre os fatos, que
aconteciam não só na região metropolitana de Camaçari[3] mais em todo Brasil. Com a análise de jornais impressos de 1963 a
1964 com o objetivo de estudar e interpretar a posição do jornal sobre os
acontecimentos políticos.
Palavras Chaves: Pesquisa, Narrativa, Jornal Folha do Subúrbio, Golpe Militar, Intenções.
Em 1963
no dia 15 de Janeiro de 1963 o jornal publicou um seguinte artigo com o título
“Nacionalismo” “Politica Internacional e Demagogia” , onde teve como objetivo
informar aos leitores com sua narrativa sobre os fatos que aconteciam
internacionalmente e nacionalmente onde diz que os outros países não só o
Brasil estão atentos a ameaças comunistas :
Mais hoje as grandes questões que dividem os estados
figuram constantemente nas manchetes nos jornais, ou então são debates em
estações de televisão e em assembleias estudantes nas quais se julga decidir o
destino do mundo.[4]
Nesse artigo é nitidamente claro o medo que o
jornal passa aos leitores sobre movimentos que ele considera comunista, onde os
políticos apoiadores do comunismo são considerados como demagógicos, onde o
jornal não aponta provas sobre tais políticos e suas alianças comunistas,
somente passa ao leitor supostas alianças:
“Na condecoração do Sr. Che Guevara, a
demagogia em matéria de política internacional parecia ter chegado ao auge. E
ninguém supunha que seu sucessor fosse encontrar para a chancelaria um segundo Afonso
Arinos de Melo Franco, ou seja um
jurista e professor de direito, um homem público de renome e mesmo de tradição
que se prestasse ao triste papel de instrumento dessa demagogia.[5]
Na edição 465 publicada no dia 20 de fevereiro
de 1963 o jornal publicou um artigo escrito por Paulo J. Guimarães , onde ele
relata as crises que assombram o Brasil:
Há um corvejar de crises enchendo de negros
presságios o futuro do Brasil. Crises velhas. Crises novas. Crises espontâneas.
Crises fabricadas. Crises de Regime. Crises de caráter. Crises Social. Crises
econômicas. Crises e mais crises. [6]
E relatado um país com problemas internos onde
crises afetavam vários setores, sendo eles econômicos e sociais.
Logo após, diz que esses momentos são ideais para profetas que pregam
ideias de uma utopia “Situação por tanto
ideal para que os profetas de uma nova sociedade intensifiquem a pregação de utopias “ claramente se referindo aos
movimentos comunistas que aconteciam no Brasil passando ao leitor que as ideias
comunistas eram falsas que seus discursos eram ilusórios pregando ilusões para aqueles que creem nas
ideias comunistas.
Neste mesmo artigo é claro o medo que o jornal
quer passar ao eleitor, pois segundo eles os ideais comunistas que antes tinham
como alvo os operários passa a atingir os jovens estudantes “Antes as suas
preferencias se voltavam para operários. Hoje a atuação comunista se faz com prioridade
nos meios estudantes”.
Na edição[7] de 31 de agosto de 1964 o
jornal Folha do Subúrbio produzia um artigo com título “Os comunistas e a UNE[8]” onde inicia seu artigo
com a frase “Infiltração comunista” onde descreve o governo de João Goulart
juntamente com os estudantes como pessoas que sofrem com o efeito das
infiltrações comunistas. Artigo publicado após o golpe militar e suas marchas.
Muitos jornais por todo país apoiaram o que
chamavam de revolução. Segundo Carlos Fico[9], em seu livro “O golpe de
1964 momentos decisivos“, não só os jornais como a Igreja Católica e setores da
classe média urbana apoiaram o golpe a João Goulart . Apoiadores em uma marcha
que chamaram de revolução quando na verdade se tratava de um golpe militar.
O jornal Folha de Subúrbio construiu ao longo
dos anos, desde sua edição aqui analisada até o golpe militar e após, certo
apoio, sempre em suas páginas criando e apresentando somente uma narrativa
sobre os movimentos que acontecia no país nesse período, onde a ameaça
comunista estava a dominar o país, e deveria ser tomada atitudes contra tais
ações, onde em suas páginas citava movimentos comunistas em vários setores,
mais não se passava ao leitor em suas páginas nenhuma prova de tais movimentos,
como nomes daqueles que estavam envolvidos, além do nome de João Goulart.
Assim como outros jornais atuantes naquele
período o Folha do Subúrbio teve sua parte no golpe militar e nas marchas, como
apoiadores do que chamavam de revolução, pois em suas páginas exigia uma
postura sobre as ameaças comunistas que estavam segundo eles, a crescer no país
e no governo de João Goulart.
O golpe que aconteceu em 31 de março de 1964,
teve alguns apoios como citados a cima,
mas em estudos confiáveis e citados por Carlos Fico em seu livro[10], grande parte da
sociedade apoiava o governo de João Goulart, deixando claro que o jornal
exercia em suas páginas somente uma narrativa em suas edições sobre os
movimentos que aconteciam em todo Brasil.
Essa ameaça comunista que cercava o governo de
João Goulart e o desejo popular por essa “Revolução” realmente existiu? Ou foi somente
uma plataforma jornalística passando ao leitor aquilo que o beneficia em sua narrativa,
sendo assim um dos jornais apoiadores do golpe militar e suas marchas pelo
país.
Referências: O
golpe de 1964 momentos decisivos de Carlos Fico. Pelas Ruas da Cidade: O golpe
de 1964 e o cotidiano de Salvador.
[1] Alunos do 3 ano do colégio : Edílson Souto Freire.
[2]
Jornal Folha do subúrbio foi um jornal que informou e noticiou a cidade de
Camaçari e região entre 1936 a 2006.
[3]
Camaçari é um município do estado da Bahia, no Brasil. Situa-se a 41
quilômetros da capital estadual, Salvador.
[4]
Jornal folha do Subúrbio , 464, Publicado 15 de Janeiro de 1963, edição N° 464
[5]
Jornal folha do Subúrbio, Publicado 15 de Janeiro de 1963, edição N° 464,
[7]
Edição: N° 485
[8]
União Nacional dos Estudantes
[9]
Carlos Fico Historiador brasileiro, especialista em historia do Brasil e teoria
da Historia.
[10]
O golpe de 1964 momentos decisivos
Nenhum comentário:
Postar um comentário