terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A Folha do Subúrbio e a sua Narrativa ao Golpe Militar




A FOLHA DO SUBÚRBIO E SUA NARRATIVA AO GOLPE MILITAR



Aluno A, Aluno D e Aluno I. [1]


Resumo: Esta pesquisa cientifica tem como objetivo estudar a narrativa do jornal folha do subúrbio a fatos que ocorreram antes e durante o golpe militar de 1964, e interpretar suas intenções ao passar informação a seus leitores. O jornal impresso tem como objetivo levar informação a seus leitores e essas informações podem ser através de artigos, notícias e reportagens. O Jornal Folha do Subúrbio, noticiou e acompanhou ativamente todos os eventos que ocorreram antes e após o golpe de 1964 intitulado na época como revolução. A função do jornal Folha do Subúrbio [2] foi passar informações a população de Camaçari e região, trazendo suas narrativas sobre os fatos, que aconteciam não só na região metropolitana de Camaçari[3] mais em todo Brasil. Com a análise de jornais impressos de 1963 a 1964 com o objetivo de estudar e interpretar a posição do jornal sobre os acontecimentos políticos.


Palavras Chaves: Pesquisa, Narrativa, Jornal Folha do Subúrbio, Golpe Militar, Intenções.




  Em 1963 no dia 15 de Janeiro de 1963 o jornal publicou um seguinte artigo com o título “Nacionalismo” “Politica Internacional e Demagogia” , onde teve como objetivo informar aos leitores com sua narrativa sobre os fatos que aconteciam internacionalmente e nacionalmente onde diz que os outros países não só o Brasil estão atentos a ameaças comunistas :

Mais hoje as grandes questões que dividem os estados figuram constantemente nas manchetes nos jornais, ou então são debates em estações de televisão e em assembleias estudantes nas quais se julga decidir o destino do mundo.[4]

 Nesse artigo é nitidamente claro o medo que o jornal passa aos leitores sobre movimentos que ele considera comunista, onde os políticos apoiadores do comunismo são considerados como demagógicos, onde o jornal não aponta provas sobre tais políticos e suas alianças comunistas, somente passa ao leitor supostas alianças:

“Na condecoração do Sr. Che Guevara, a demagogia em matéria de política internacional parecia ter chegado ao auge. E ninguém supunha que seu sucessor fosse encontrar para a chancelaria um segundo Afonso Arinos de  Melo Franco, ou seja um jurista e professor de direito, um homem público de renome e mesmo de tradição que se prestasse ao triste papel de instrumento dessa demagogia.[5]

 Na edição 465 publicada no dia 20 de fevereiro de 1963 o jornal publicou um artigo escrito por Paulo J. Guimarães , onde ele relata as crises que assombram o Brasil:

Há um corvejar de crises enchendo de negros presságios o futuro do Brasil. Crises velhas. Crises novas. Crises espontâneas. Crises fabricadas. Crises de Regime. Crises de caráter. Crises Social. Crises econômicas. Crises e mais crises.   [6]

 E relatado um país com problemas internos onde crises afetavam vários setores, sendo eles econômicos e sociais.
 Logo após, diz que esses  momentos são ideais para profetas que pregam ideias de uma utopia  “Situação por tanto ideal para que os profetas de uma nova sociedade  intensifiquem a pregação  de utopias “ claramente se referindo aos movimentos comunistas que aconteciam no Brasil passando ao leitor que as ideias comunistas eram falsas que seus discursos eram ilusórios  pregando ilusões para aqueles que creem nas ideias comunistas.
 Neste mesmo artigo é claro o medo que o jornal quer passar ao eleitor, pois segundo eles os ideais comunistas que antes tinham como alvo os operários passa a atingir os jovens estudantes “Antes as suas preferencias se voltavam para operários. Hoje a atuação comunista se faz com prioridade nos meios estudantes”.
 Na edição[7] de 31 de agosto de 1964 o jornal Folha do Subúrbio produzia um artigo com título “Os comunistas e a UNE[8]” onde inicia seu artigo com a frase “Infiltração comunista” onde descreve o governo de João Goulart juntamente com os estudantes como pessoas que sofrem com o efeito das infiltrações comunistas. Artigo publicado após o golpe militar e suas marchas.
 Muitos jornais por todo país apoiaram o que chamavam de revolução. Segundo Carlos Fico[9], em seu livro “O golpe de 1964 momentos decisivos“, não só os jornais como a Igreja Católica e setores da classe média urbana apoiaram o golpe a João Goulart . Apoiadores em uma marcha que chamaram de revolução quando na verdade se tratava de um golpe militar.
 O jornal Folha de Subúrbio construiu ao longo dos anos, desde sua edição aqui analisada até o golpe militar e após, certo apoio, sempre em suas páginas criando e apresentando somente uma narrativa sobre os movimentos que acontecia no país nesse período, onde a ameaça comunista estava a dominar o país, e deveria ser tomada atitudes contra tais ações, onde em suas páginas citava movimentos comunistas em vários setores, mais não se passava ao leitor em suas páginas nenhuma prova de tais movimentos, como nomes daqueles que estavam envolvidos, além do nome de João Goulart.
 Assim como outros jornais atuantes naquele período o Folha do Subúrbio teve sua parte no golpe militar e nas marchas, como apoiadores do que chamavam de revolução, pois em suas páginas exigia uma postura sobre as ameaças comunistas que estavam segundo eles, a crescer no país e no governo de João Goulart.
 O golpe que aconteceu em 31 de março de 1964, teve alguns apoios como  citados a cima, mas em estudos confiáveis e citados por Carlos Fico em seu livro[10], grande parte da sociedade apoiava o governo de João Goulart, deixando claro que o jornal exercia em suas páginas somente uma narrativa em suas edições sobre os movimentos que aconteciam em todo Brasil.
 Essa ameaça comunista que cercava o governo de João Goulart e o desejo popular por essa “Revolução” realmente existiu? Ou foi somente uma plataforma jornalística passando ao leitor aquilo que o beneficia em sua narrativa, sendo assim um dos jornais apoiadores do golpe militar e suas marchas pelo país.
























Referências: O golpe de 1964 momentos decisivos de Carlos Fico. Pelas Ruas da Cidade: O golpe de 1964 e o cotidiano de Salvador.



[1] Alunos do 3 ano do colégio : Edílson Souto Freire.
[2] Jornal Folha do subúrbio foi um jornal que informou e noticiou a cidade de Camaçari e região entre 1936 a 2006.
[3] Camaçari é um município do estado da Bahia, no Brasil. Situa-se a 41 quilômetros da capital estadual, Salvador.
[4] Jornal folha do Subúrbio , 464, Publicado 15 de Janeiro de 1963, edição N° 464
[5] Jornal folha do Subúrbio, Publicado 15 de Janeiro de 1963, edição N° 464,
[6] Jornal folha do Subúrbio, Publicada em 20 de fevereiro de 1963,  edição N° 465,
[7] Edição: N° 485
[8] União Nacional dos Estudantes
[9] Carlos Fico Historiador brasileiro, especialista em historia do Brasil e teoria da Historia.
[10] O golpe de 1964 momentos decisivos


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A DITADURA MILITAR E A MÍDIA

A DITADURA MILITAR E A MÍDIA Aluno E [1]                                                                                         ...