O
ANTICOMUNISMO NO BRASIL
Aluno F
Aluno G[1]
Resumo:
Esse
Artigo foi criado a partir da análise do Jornal “Folha do Subúrbio”[2] e do livro “Em guarda
contra o perigo vermelho: O anticomunismo no Brasil.”[3], investigando o movimento
Anticomunista presente no Brasil no período do golpe de 1964.
Palavras
Chave: Anticomunismo, Igreja, Golpe militar, Comunismo, Jornal.
Ao fazer a análise do Jornal “Folha do Subúrbio”, de Camaçari e o livro “Em Guarda Contra o Perigo Vermelho: o anticomunismo no Brasil” [ Autor: Rodrigo Patto Sá Motta. Historiador brasileiro, especialista na área de História do Brasil República. ] foi possível observar que o jornal de forma discreta se posiciona contra o comunismo, e o livro traz algumas informações complementares.
No período da ditadura
militar o Jornal Folha do subúrbio que era distribuído em Camaçari fez críticas
e propagou o anticomunismo, a partir disso é possível fazer algumas análises
dessas edições e dessas notícias que foram passadas para os leitores junto do livro
“Em Guarda Contra o Perigo Vermelho: O Anticomunismo no Brasil.” [4]
Diversas
estratégias foram adotadas para depreciar o movimento comunista e tentar
extinguir o movimento do país, uma das estratégias usadas foi a comparação do
comunismo com os piores tipos de coisas possíveis como a fome, violência e
doenças.
Algumas edições
do jornal deixavam explícitas em suas capas, frases impactantes onde seu
principal objetivo era mostra para a população o pior lado do comunismo. Em algumas
edições do Jornal Folha do Subúrbio é possível encontrar alguns títulos fortes
que chamam a atenção do leitor.
Como na edição de 30 de novembro de 1966, onde o título dizia “Basta acabar
com a miséria?”, [5]com
esse título e com o enredo da notícia o comunismo para o jornal e para outros
era um problema a ser resolvido, ao dizer que para acabar com a fome bastava acabar com o comunismo o jornal literalmente joga a culpa da fome e da miséria
em cima do comunismo. Mas para poder realmente acabar com a miséria no mundo,
seria necessário abrir mão do capitalismo.
Em uma das edições
fala sobre o “Diálogo com os comunistas” [6]onde ao se fazer a análise
da notícia é possível observar que o jornal passa a mensagem de não acreditar
nos discursos comunistas, que apesar parecer fascinante apenas o capitalismo
seria bom.
Além de usar o discurso de que sem Deus e sem
liberdade o movimento não daria certo, o jornal menciona a separação da
Alemanha onde após a queda do muro aqueles que se viram longe do regime
comunista comemoravam a liberdade por se verem livres do regime.
Quando os
militares chegaram ao poder [7] foi criada uma censura
muito grande. Jornais só publicavam aquilo que lhes era permitido fora os
interesses dos patrocinadores e assinantes do jornal.[8]
Antes da Guerra Fria começar, o anticomunismo já existia no Brasil desde a intentona comunista
de 1935[9], que foi uma fracassada
tentativa de tomada do poder. A revolta de 1935 foi um levante armado por meio
do qual comunistas tentaram derrubar o governo de Getúlio Vargas. Houve
movimentos militares em Natal, Recife e no Rio de Janeiro e o governo conseguiu
acabar com o movimento com bastante violência. A partir disso, houve grande repressão aos
comunistas e a intentona comunista tornou-se um símbolo do anticomunismo de
1935. Com isso inaugurou-se no Brasil a prática de perseguição e tortura aos
políticos e aos comunistas e desde então os militares usariam esse episódio para
fazer propaganda anticomunista.
Uma estratégia
que foi extremamente usada pelo movimento Anticomunista foi o uso da religião
em seu favor para disseminar o movimento. No evento “Marcha com Deus”, [10] em 1964, foi literalmente
um evento incitando a população contra o comunismo onde alguns discursos como
“vamos para as ruas, antes que os inimigos cheguem aos nossos templos e
igrejas!” [11]e
por meio desses discursos a religião católica teve um grande papel no movimento. Nessa época houve
uma junção das religiões contra o comunismo, diversas declarações públicas a
favor dessa união, até mesmo o Cardeal Câmara deu uma declaração apoiando. Alguns Grupos
Anticomunistas se declaravam democratas [12] dizendo ser a favor da democracia,
mas que na verdade esse título servia apenas de fachada, era apenas para
encobrir suas verdadeiras intenções.
Na edição de
Junho de 1964 n°495 o jornal afirma que Corrupção é aliada do comunismo e para
salientar essa informação eles usam uma frase de D. José Maurício da Rocha[13] onde ele diz que “A
Corrupção é a grande meta para a realização dos planos de Moscou”, continuando
com as afirmações de D. José ele afirma que o comunismo é o inimigo número um do Estado
e da Igreja.[14] A partir disso
o Estado também faz uma declaração dizendo que não pode ignorar os comunistas e
que não os ignora, mas que com uma injustificável tolerância os protege através
dos mandados de Hábeas Corpos e segurança. Além de afirmar que existe a
“necessidade” de uma ação contra o comunismo. D. Maurício confia que a
Revolução dê fim aos problemas do país.
Observando a
maneira com a qual o jornal desenvolve suas notícias é possível perceber qual
sua posição em relação ao comunismo. Sempre usando frases de pessoas
importantes que estão contra o comunismo e o jornal usa essas frases em seu
favor. Sempre de forma
discreta e nunca usando o nome do jornal diretamente ele usava essas frases para depreciar o movimento
comunista, visando a extinção do movimento em nosso país.
Referências: MOTTA, Rodrigo Patto Sá, Em Guarda Contra o Perigo
Vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-1964).
[1] Alunos do
Colégio Estadual Professor Edílson Souto Freire 3° Bv.
[2] Jornal de
Camaçari criado em 21 de março de 1936.
[3] Livro
publicado em 2002.
[4] Autor:
Rodrigo Patto Sá Motta. Historiador brasileiro, especialista na área de
História do Brasil República.
[7]
Golpe de 1964.
[8]
Jornal Mensal por assinatura.
[9]
Livro: O Golpe de 1964: Pág. 24
[10]
Evento realizado em São Paulo e Rio de Janeiro, considerado uma resposta contra
a “Ameaça comunista.”
[11] “Pág..:
304 do livro.”
[12] “Pág.:
306 do livro.”
[13]
Sacerdote Católico Brasileiro.
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