terça-feira, 3 de dezembro de 2019

O Anticomunismo no Brasil


O ANTICOMUNISMO NO BRASIL


Aluno F
Aluno G[1]



Resumo: Esse Artigo foi criado a partir da análise do Jornal “Folha do Subúrbio”[2] e do livro “Em guarda contra o perigo vermelho: O anticomunismo no Brasil.”[3], investigando o movimento Anticomunista presente no Brasil no período do golpe de 1964.




Palavras Chave: Anticomunismo, Igreja, Golpe militar, Comunismo, Jornal.


Ao fazer a análise do Jornal “Folha do Subúrbio”, de Camaçari e o livro “Em Guarda Contra o Perigo Vermelho: o anticomunismo no Brasil” [ Autor: Rodrigo Patto Sá Motta. Historiador brasileiro, especialista na área de História do Brasil República. ] foi possível observar que o jornal de forma discreta se posiciona contra o comunismo, e o livro traz algumas informações complementares. 

No período da ditadura militar o Jornal Folha do subúrbio que era distribuído em Camaçari fez críticas e propagou o anticomunismo, a partir disso é possível fazer algumas análises dessas edições e dessas notícias que foram passadas para os leitores junto do livro “Em Guarda Contra o Perigo Vermelho: O Anticomunismo no Brasil.” [4]

Diversas estratégias foram adotadas para depreciar o movimento comunista e tentar extinguir o movimento do país, uma das estratégias usadas foi a comparação do comunismo com os piores tipos de coisas possíveis como a fome, violência e doenças.

Algumas edições do jornal deixavam explícitas em suas capas, frases impactantes onde seu principal objetivo era mostra para a população o pior lado do comunismo. Em algumas edições do Jornal Folha do Subúrbio é possível encontrar alguns títulos fortes que chamam a atenção do leitor.

Como na edição de 30 de novembro de 1966, onde o título dizia “Basta acabar com a miséria?”, [5]com esse título e com o enredo da notícia o comunismo para o jornal e para outros era um problema a ser resolvido, ao dizer que para acabar com a fome bastava acabar com o comunismo o jornal literalmente joga a culpa da fome e da miséria em cima do comunismo. Mas para poder realmente acabar com a miséria no mundo, seria necessário abrir mão do capitalismo.

Em uma das edições fala sobre o “Diálogo com os comunistas” [6]onde ao se fazer a análise da notícia é possível observar que o jornal passa a mensagem de não acreditar nos discursos comunistas, que apesar parecer fascinante apenas o capitalismo seria bom.

 Além de usar o discurso de que sem Deus e sem liberdade o movimento não daria certo, o jornal menciona a separação da Alemanha onde após a queda do muro aqueles que se viram longe do regime comunista comemoravam a liberdade por se verem livres do regime.

Quando os militares chegaram ao poder [7] foi criada uma censura muito grande. Jornais só publicavam aquilo que lhes era permitido fora os interesses dos patrocinadores e assinantes do jornal.[8]

Antes da Guerra Fria começar, o anticomunismo já existia no Brasil desde a intentona comunista de 1935[9], que foi uma fracassada tentativa de tomada do poder. A revolta de 1935 foi um levante armado por meio do qual comunistas tentaram derrubar o governo de Getúlio Vargas. Houve movimentos militares em Natal, Recife e no Rio de Janeiro e o governo conseguiu acabar com o movimento com bastante violência. A partir disso, houve grande repressão aos comunistas e a intentona comunista tornou-se um símbolo do anticomunismo de 1935. Com isso inaugurou-se no Brasil a prática de perseguição e tortura aos políticos e aos comunistas e desde então os militares usariam esse episódio para fazer propaganda anticomunista.

Uma estratégia que foi extremamente usada pelo movimento Anticomunista foi o uso da religião em seu favor para disseminar o movimento. No evento “Marcha com Deus”,  [10] em 1964, foi literalmente um evento incitando a população contra o comunismo onde alguns discursos como “vamos para as ruas, antes que os inimigos cheguem aos nossos templos e igrejas!” [11]e por meio desses discursos a religião católica teve um grande papel no movimento. Nessa época houve uma junção das religiões contra o comunismo, diversas declarações públicas a favor dessa união, até mesmo o Cardeal Câmara deu uma declaração apoiando.  Alguns Grupos Anticomunistas se declaravam democratas [12] dizendo ser a favor da democracia, mas que na verdade esse título servia apenas de fachada, era apenas para encobrir suas verdadeiras intenções.

Na edição de Junho de 1964 n°495 o jornal afirma que Corrupção é aliada do comunismo e para salientar essa informação eles usam uma frase de D. José Maurício da Rocha[13] onde ele diz que “A Corrupção é a grande meta para a realização dos planos de Moscou”, continuando com as afirmações de D. José ele afirma que o comunismo é o inimigo número um do Estado e da Igreja.[14] A partir disso o Estado também faz uma declaração dizendo que não pode ignorar os comunistas e que não os ignora, mas que com uma injustificável tolerância os protege através dos mandados de Hábeas Corpos e segurança. Além de afirmar que existe a “necessidade” de uma ação contra o comunismo. D. Maurício confia que a Revolução dê fim aos problemas do país.

Observando a maneira com a qual o jornal desenvolve suas notícias é possível perceber qual sua posição em relação ao comunismo. Sempre usando frases de pessoas importantes que estão contra o comunismo e o jornal usa essas frases em seu favor. Sempre de forma discreta e nunca usando o nome do jornal diretamente ele usava  essas frases para depreciar o movimento comunista, visando a extinção do movimento em nosso país.


Referências:  MOTTA, Rodrigo Patto Sá, Em Guarda Contra o Perigo Vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-1964).








[1] Alunos do Colégio Estadual Professor Edílson Souto Freire 3° Bv.
[2] Jornal de Camaçari criado em 21 de março de 1936.
[3] Livro publicado em 2002.
[4] Autor: Rodrigo Patto Sá Motta. Historiador brasileiro, especialista na área de História do Brasil República.
[5] Edição de 30 de novembro de 1966 do Jornal Folha do Subúrbio.
[6] Edição de 30 de abril de 1965 n° 493 do Jornal Folha do Subúrbio.
[7] Golpe de 1964.
[8] Jornal Mensal por assinatura.
[9] Livro: O Golpe de 1964: Pág. 24
[10] Evento realizado em São Paulo e Rio de Janeiro, considerado uma resposta contra a “Ameaça comunista.” 
[11] “Pág..: 304 do livro.”
[12] “Pág.: 306 do livro.”
[13] Sacerdote Católico Brasileiro.
[14] Edição: 30 de junho de 1965 N°495 do Jornal Folha do Subúrbio.

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