terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A DITADURA MILITAR E A MÍDIA


A DITADURA MILITAR E A MÍDIA


Aluno E[1]
                                                         
                                                                                                   
Resumo: Este artigo objetiva relatar sucintamente o discurso do jornal Folha do subúrbio [2](situado na cidade de Camaçari/BA) mediante o golpe militar (1964-1985), que ocorreu em 31 de março de 1964 durante o mandato do presidente João Goulart (Jango), que foi sucessor de Jânio Quadros.


Palavras chave: Revolução, golpe, ditadura, censura.




     O jornal Folha do Subúrbio foi um importante receptor de notícias daquela época (1963-1966). Desde antes do golpe o jornal já vinha publicando matérias bastante contundentes com críticas ao governo do presidente Goulart, até mesmo ironizando o fato de o governo do atual presidente ser considerado operário e o transporte está tão decadente para os próprios operários, "pois não é possível que agora que temos um governo trabalhista no poder, os operários se vejam na contingência de arribar para a capital sem meios e sem recursos" [3]. 
    O jornal não parava por aí também acusava o atual governo de fraco nas políticas externas e o denominava de "demagogo": "o que nunca se viu no Brasil senão nesses dois últimos anos, foi a agitação demagógica montada e posta para funcionar pelas próprias autoridades" [4].
     Segundo o historiador Carlos Fico [5]em seu livro (o golpe de 1964 p. 60-61) “um  dos motivos da derrubada do então presidente foi as "marchas com Deus, pela liberdade" (19 de março de 1964)”, [6]movimento que teve início depois de um infeliz discurso do S.r. Goulart no comício da central, no qual segundo a oposição atacava o Rosário que é um dos símbolos da Igreja Católica. O movimento teve total apoio da Igreja, chefes de estado, empresários, parte da população e grande parte dos militares, depois de toda essa pressão popular no dia 31 de março de 1964 os militares tomaram o poder e derrubaram Goulart.
      No dia 30 de abril de 1964 o jornal Folha do Subúrbio estampou em sua capa uma matéria com o título" o novo presidente", com a foto do então novo presidente Humberto Castelo Branco, que foi um dos líderes do golpe. A matéria do jornal parabenizou o ocorrido e auto o intitulava como "revolução", com o seguinte texto: "...o estado de revolução entra em recesso para instalar-se a normalidade democrática e realizar-se o ideal da nação brasileira". E não se para por aí. Na mesma edição, o jornal ainda afirma, "o pleno poder e associação das nações unidas estão de acordo com o nosso conjunto de eliminar a guerra, a agressão e o perigo da violência", [7]com isso o jornal afirma que com o início do novo governo todos os problemas irão ser combatido a rigor.
     Na edição seguinte  30 de maio o jornal expõe  editorial com o título "moção de congratulações" com o nome do então redator e dono do jornal (Eduardo Cavalcante Silva), com um certo tom de comemoração pelo acontecimento da revolução (golpe). "... em reconhecimento pelos serviços prestados pelo ilustre jornalista e dedicado aos inimigos dos comunistas- vem congratular-se com sua pessoa, nesta vitória"[8], com isso notório constatar que no ponto de vista do jornal o cenário político da ocasião era propício ao país. 
    Na edição de agosto do jornal, com o título "os comunista e a UNE" o jornal denuncia de forma acentuada que no governo anterior houve infiltração de comunistas nos sindicatos estudantis, "...notadamente durante o governo do Sr. Goulart os sindicatos e as agremiações estudantis têm sofrido os efeitos das infiltrações comunistas"[9], e com mais essa crítica ao governo de Goulart, o jornal deixa a entender que o governo de Castelo Branco estava encontrando dificuldade com os sindicatos estudantis por conta da presença de comunistas que são contra a revolução (golpe).
     Na edição de 25 de dezembro de 1964, o jornal Folha do Subúrbio expõe uma edição bastante polêmica com o título contra revolucionários, isso porque militares instalaram naquela época uma censura para todos aqueles que eram contra a ditadura, e o jornal os intitularam como "os contrarrevolucionários", ação um tanto quanto dúbia porque é bastante provável que até mesmo eles da Folha do Subúrbio estariam sendo de alguma forma censurados, mas em vez de defender o seu setor (a mídia) eles os colocavam como inimigos da pátria e comunistas: "se queixem da falta da liberdade de imprensa, da liberdade de cátedra, da liberdade de ação ? Esses poríferos comentários são daqueles que queriam uma revolução diferente, uma revolução de esquerda, socialista e comunista".[10] Esse artigo polêmico era nada mais de que uma alfinetada a quem era contra o regime militar e um jeito de expor que ele estava de acordo como o governo.
     Em 23 de janeiro de 1965, o jornal lança mais uma edição com o uso de críticas ao governo de João Goulart acusando-o de nacionalista e deixando nítida que segundo ele o nacionalismo era algo ruim e que estava sendo combatido pelo presidente militar Castelo Branco pensamento que pode-se comparar no cenário atual do país, no qual acusa- se o nacionalismo: "se descobriram de corrupção e de traição à pátria dos ardorosos nacionalista". O jornal não parou por aí logo depois publicou uma nota intitulada "maculando a revolução!",[11] na qual o jornal compara números obtidos durante o governo anterior em que se apresenta a alta de preços no custo de vida da população brasileira: "uma casa que pagava 3 mil cruzeiros de décimas passou a pagar 30 mil cruzeiros, um lote de terras que pagava de transmissão interativas 3 mil e 600 cruzeiros passou a pagar 36 mil"[12] números que são considerados absurdos já que os preços já vinha subindo a muito tempo bem antes do governo de João Goulart já que a inflação naquele tempo já estava a muito tempo em alta.
     Em 1966 a perseguição aos que eram contra o regime militar era muito grande tal que se alguém se candidata-se a alguma eleição com um ideal nem que fosse um pouco contrária ao ideal da revolução (golpe) esse era atacado e perseguido. Isso aconteceu com um candidato e o Folha do Subúrbio fez questão de mostrar isso e deixa o seu direcionamento político: "depois de tudo isto de uma revolução que nos trouxe, pelo menos esperança de melhores dias em nossa comuna, é que vem assim, este 'prefeito profissional'[13] acobertado pela bandeira da arena".
    Com isso é notório constatar que a Folha do Subúrbio e todos os senhores nela envolvida desde até antes que o golpe se consolidar-se possuía um posicionamento contrário ao governo de João Goulart pois em várias edições o jornal relacionava-o com o comunismo e com os problemas sociais que haviam se acarretado naquela época com o objetivo de voltar os seus leitores contra o governo e relatar que segundo eles era preciso mudança, e depois do golpe o jornal só efetivou o seu apoio ao atual governo, com a edição "a marcha da família também nessa cidade", que deixava explícito o apoio da população para o golpe. Outra forma que comprova isto é o editorial do jornal intitulado "moção de congratulações" (30 de novembro de 1964) que era em comemoração e apoio a consolidação do golpe e várias outras edições de elogio ao governo de Castelo branco, e a última e mais clara evidência de apoio do jornal ao regime militar é a denominação do movimento como "revolução" e que seria a esperança do Brasil. 


Referências:


Jornal Folha do subúrbio edições de (1963-1966).

O golpe de 1964: momentos decisivos, do historiador Carlos Fico (2014) P. 60-61.


[1] Estudante do ensino médio do centro educacional Professor Edílson Souto Freire.
[2] Jornal Folha do Subúrbio situado na cidade de Camaçari/BA, propriedade do Sr. Eduardo Cavalcante Silva, edições de estudo entre (1963-1966).
[3] Jornal Folha do Subúrbio, 20 de fevereiro de 1963. N°463.
[4] Jornal Folha do Subúrbio, 15 de janeiro de 1963. N°462.
[5] Carlos Fico da Silva é um historiador brasileiro, especialista em história do brasil e republica, com ênfase em temas como ditadura civil-militar.
[6] O livro golpe de 1964; momentos decisivos, do historiador Carlos Fico, P. (61-62).
[7] Jornal Folha do Subúrbio, 30 de abril de 1964. N°481.
[8] Jornal Folha do Subúrbio, 30 de maio de 1964.N°482.
[9] Jornal Folha do Subúrbio, agosto de 1964. N°485.
[10] Jornal Folha do Subúrbio, 25 de dezembro de 1964. N°489.
[11] Jornal Folha do Subúrbio, 23 de janeiro de 1965. N°490.
[12] Jornal Folha do Subúrbio, 30 de abril de 1965. N°493.
[13] Jornal folha do subúrbio, 28 de setembro de 1966. N°510.

A Folha do Subúrbio e a sua Narrativa ao Golpe Militar




A FOLHA DO SUBÚRBIO E SUA NARRATIVA AO GOLPE MILITAR



Aluno A, Aluno D e Aluno I. [1]


Resumo: Esta pesquisa cientifica tem como objetivo estudar a narrativa do jornal folha do subúrbio a fatos que ocorreram antes e durante o golpe militar de 1964, e interpretar suas intenções ao passar informação a seus leitores. O jornal impresso tem como objetivo levar informação a seus leitores e essas informações podem ser através de artigos, notícias e reportagens. O Jornal Folha do Subúrbio, noticiou e acompanhou ativamente todos os eventos que ocorreram antes e após o golpe de 1964 intitulado na época como revolução. A função do jornal Folha do Subúrbio [2] foi passar informações a população de Camaçari e região, trazendo suas narrativas sobre os fatos, que aconteciam não só na região metropolitana de Camaçari[3] mais em todo Brasil. Com a análise de jornais impressos de 1963 a 1964 com o objetivo de estudar e interpretar a posição do jornal sobre os acontecimentos políticos.


Palavras Chaves: Pesquisa, Narrativa, Jornal Folha do Subúrbio, Golpe Militar, Intenções.




  Em 1963 no dia 15 de Janeiro de 1963 o jornal publicou um seguinte artigo com o título “Nacionalismo” “Politica Internacional e Demagogia” , onde teve como objetivo informar aos leitores com sua narrativa sobre os fatos que aconteciam internacionalmente e nacionalmente onde diz que os outros países não só o Brasil estão atentos a ameaças comunistas :

Mais hoje as grandes questões que dividem os estados figuram constantemente nas manchetes nos jornais, ou então são debates em estações de televisão e em assembleias estudantes nas quais se julga decidir o destino do mundo.[4]

 Nesse artigo é nitidamente claro o medo que o jornal passa aos leitores sobre movimentos que ele considera comunista, onde os políticos apoiadores do comunismo são considerados como demagógicos, onde o jornal não aponta provas sobre tais políticos e suas alianças comunistas, somente passa ao leitor supostas alianças:

“Na condecoração do Sr. Che Guevara, a demagogia em matéria de política internacional parecia ter chegado ao auge. E ninguém supunha que seu sucessor fosse encontrar para a chancelaria um segundo Afonso Arinos de  Melo Franco, ou seja um jurista e professor de direito, um homem público de renome e mesmo de tradição que se prestasse ao triste papel de instrumento dessa demagogia.[5]

 Na edição 465 publicada no dia 20 de fevereiro de 1963 o jornal publicou um artigo escrito por Paulo J. Guimarães , onde ele relata as crises que assombram o Brasil:

Há um corvejar de crises enchendo de negros presságios o futuro do Brasil. Crises velhas. Crises novas. Crises espontâneas. Crises fabricadas. Crises de Regime. Crises de caráter. Crises Social. Crises econômicas. Crises e mais crises.   [6]

 E relatado um país com problemas internos onde crises afetavam vários setores, sendo eles econômicos e sociais.
 Logo após, diz que esses  momentos são ideais para profetas que pregam ideias de uma utopia  “Situação por tanto ideal para que os profetas de uma nova sociedade  intensifiquem a pregação  de utopias “ claramente se referindo aos movimentos comunistas que aconteciam no Brasil passando ao leitor que as ideias comunistas eram falsas que seus discursos eram ilusórios  pregando ilusões para aqueles que creem nas ideias comunistas.
 Neste mesmo artigo é claro o medo que o jornal quer passar ao eleitor, pois segundo eles os ideais comunistas que antes tinham como alvo os operários passa a atingir os jovens estudantes “Antes as suas preferencias se voltavam para operários. Hoje a atuação comunista se faz com prioridade nos meios estudantes”.
 Na edição[7] de 31 de agosto de 1964 o jornal Folha do Subúrbio produzia um artigo com título “Os comunistas e a UNE[8]” onde inicia seu artigo com a frase “Infiltração comunista” onde descreve o governo de João Goulart juntamente com os estudantes como pessoas que sofrem com o efeito das infiltrações comunistas. Artigo publicado após o golpe militar e suas marchas.
 Muitos jornais por todo país apoiaram o que chamavam de revolução. Segundo Carlos Fico[9], em seu livro “O golpe de 1964 momentos decisivos“, não só os jornais como a Igreja Católica e setores da classe média urbana apoiaram o golpe a João Goulart . Apoiadores em uma marcha que chamaram de revolução quando na verdade se tratava de um golpe militar.
 O jornal Folha de Subúrbio construiu ao longo dos anos, desde sua edição aqui analisada até o golpe militar e após, certo apoio, sempre em suas páginas criando e apresentando somente uma narrativa sobre os movimentos que acontecia no país nesse período, onde a ameaça comunista estava a dominar o país, e deveria ser tomada atitudes contra tais ações, onde em suas páginas citava movimentos comunistas em vários setores, mais não se passava ao leitor em suas páginas nenhuma prova de tais movimentos, como nomes daqueles que estavam envolvidos, além do nome de João Goulart.
 Assim como outros jornais atuantes naquele período o Folha do Subúrbio teve sua parte no golpe militar e nas marchas, como apoiadores do que chamavam de revolução, pois em suas páginas exigia uma postura sobre as ameaças comunistas que estavam segundo eles, a crescer no país e no governo de João Goulart.
 O golpe que aconteceu em 31 de março de 1964, teve alguns apoios como  citados a cima, mas em estudos confiáveis e citados por Carlos Fico em seu livro[10], grande parte da sociedade apoiava o governo de João Goulart, deixando claro que o jornal exercia em suas páginas somente uma narrativa em suas edições sobre os movimentos que aconteciam em todo Brasil.
 Essa ameaça comunista que cercava o governo de João Goulart e o desejo popular por essa “Revolução” realmente existiu? Ou foi somente uma plataforma jornalística passando ao leitor aquilo que o beneficia em sua narrativa, sendo assim um dos jornais apoiadores do golpe militar e suas marchas pelo país.
























Referências: O golpe de 1964 momentos decisivos de Carlos Fico. Pelas Ruas da Cidade: O golpe de 1964 e o cotidiano de Salvador.



[1] Alunos do 3 ano do colégio : Edílson Souto Freire.
[2] Jornal Folha do subúrbio foi um jornal que informou e noticiou a cidade de Camaçari e região entre 1936 a 2006.
[3] Camaçari é um município do estado da Bahia, no Brasil. Situa-se a 41 quilômetros da capital estadual, Salvador.
[4] Jornal folha do Subúrbio , 464, Publicado 15 de Janeiro de 1963, edição N° 464
[5] Jornal folha do Subúrbio, Publicado 15 de Janeiro de 1963, edição N° 464,
[6] Jornal folha do Subúrbio, Publicada em 20 de fevereiro de 1963,  edição N° 465,
[7] Edição: N° 485
[8] União Nacional dos Estudantes
[9] Carlos Fico Historiador brasileiro, especialista em historia do Brasil e teoria da Historia.
[10] O golpe de 1964 momentos decisivos


Política Externa Norte-Americana


POLÍTICA EXTERNA NORTE-AMERICANA


Aluno B, Aluno C e Aluno H[1]



Resumo: O artigo escrito teve como base o conteúdo visto em sala de aula tanto, no jornal “Folha do Subúrbio”, quanto no livro o “Golpe de 1964”, afim de entender a relação americana com a política e campanha da época. 





Palavras Chave: Golpe de 1964, Guerra Fria, Anticomunismo, Jornal.





Segundo o material utilizado na pesquisa: (“O golpe de 1964” - Carlos Fico, historiador brasileiro, especialista em História do Brasil República e Teoria da história, com ênfase em temas como ditadura civil-militar) a relação americana com o Brasil justificava-se a uma rivalidade aos comunistas que visavam designar jargões aos mesmos como: “ateus corruptos e cruéis”. Segundo a “Folha do Subúrbio” afim de difamar a imagem dos mesmos. A repressão brasileira se deu início no movimento chamado de “Intentona comunista”¹. 

Com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial foi-se fortalecendo cada vez mais essa aliança, que era extremamente vantajosa aos EUA, que era o principal fornecedor bélico. E após a Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos se aproximou mais do Brasil, tendo apoio técnico e elaborações de projetos do "grande irmão do norte", que era apoiado pela ideia e medo do Brasil se tornar “outra Cuba”, que não seria permitido de forma alguma, para isso podia ser adotada medidas de ações unilaterais e invasões. 

Os Jornais da época adotavam um ponto de vista bastante vantajoso em relação aos EUA. Como demonstrado em "Folha do subúrbio" os Estados Unidos estavam ajudando o povo do Vietnã do Sul a enfrentar a agressão comunista. (Folha do subúrbio, Camaçari, 30 de abril de 1966, ano XXX). Do ponto de vista do jornal Folha do Subúrbio os EUA tem um perfil de potência salvadora, que busca preservar a liberdade de outros países que corriam o risco de se tornar um país comunista. 

Então a partir daí, os EUA ficou cada vez mais presente na política Brasileira no governo de Eisenhower², com as civic actions³ que realizava diversas obras por meio das forças militares como: engenharia, transporte, saneamento, etc, que eram estratégias chamadas de “Contrainsurgência”, como também serie de treinamentos aos militares brasileiros. 

O principal feito na época foi a criação da Aliança para o Progresso, “que inicialmente era um programa de ajuda financeira, mas tinha moldura ideológica que a comprometeu” afirma Carlos Fico. Todas essas manobras americanas não passavam de uma tentativa de aproximação criando a imagem de irmão do norte tornando o Brasil palco secundário da Guerra Fria. 

O Tópico de “Desestabilização e Conspiração” do livro de Fico ressalta o interesse americano. (..)Grupos nacionais, com o apoio dos EUA, patrocinaram , entre 1961 e 1964, uma grande campanha contra o presidente João Goulart, que envolveu muito dinheiro e extensiva atividade de propaganda(..). O golpe em si se deu pela falta de votos de oposição a Goulart, assim o golpe seria o único caminho viável para conquista do poder.
 
Em 1962 a campanha de desestabilização ficou ainda mais presente quando os EUA, investiu 5 milhões em campanha aos governadores de oposição a Goulart, seus estados eram chamados de “ilhas de sanidade administrativa” segundo o embaixador americano Lincoln Gordon. Que além de jornais interferiam diretamente em setores como rádio, unidades móveis de exibição de filmes, publicações de livros, ensino de inglês e programas de intercâmbio. Os mais beneficiados foram o (Ipes):Instituto de Pesquisas e Estudos Sócias, e o (Ibad):Instituto Brasileiro de ação Democrática. 

O estopim para o golpe militar aconteceu em março de 1964, quando Jango, após um discurso inflamado no Rio de Janeiro, determinou a reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo. Logo os Jornais da época de forma direta assim como a classe média apoiaram de forma bem explicita o ocorrido: 

1. “Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos” “Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais” (O Globo - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964). 
2. “Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr. João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou., o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu.” (Tribuna da Imprensa - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964). 


Conclusão 

Com o conteúdo visto em jornais e livros pode-se perceber que toda a manobra que culminou no golpe derivou da manipulação americana com medo do Brasil se tornar um país comunista, visto que Goulart defendia medidas de esquerda para então política brasileira, o que desagradava também as elites, já que suas implantações favoreciam os povos de classe baixa, usaram de artifícios como a “marcha da família com Deus pela liberdade” afim de atrair o público religioso para contra Jango e investimento pesado em publicidade. Com isso, podemos notar que até expressões como golpe foi reformulada para revolução afim de diminuir o impacto e deixar mais maleável o acontecido.



Referências: FICO, Carlos. O Golpe de 1964: momentos decisivos. Rio de janeiro: Editora FGV, 2014.



[1] Alunos do Colégio Estadual Professor Edílson Souto Freire

O Anticomunismo no Brasil


O ANTICOMUNISMO NO BRASIL


Aluno F
Aluno G[1]



Resumo: Esse Artigo foi criado a partir da análise do Jornal “Folha do Subúrbio”[2] e do livro “Em guarda contra o perigo vermelho: O anticomunismo no Brasil.”[3], investigando o movimento Anticomunista presente no Brasil no período do golpe de 1964.




Palavras Chave: Anticomunismo, Igreja, Golpe militar, Comunismo, Jornal.


Ao fazer a análise do Jornal “Folha do Subúrbio”, de Camaçari e o livro “Em Guarda Contra o Perigo Vermelho: o anticomunismo no Brasil” [ Autor: Rodrigo Patto Sá Motta. Historiador brasileiro, especialista na área de História do Brasil República. ] foi possível observar que o jornal de forma discreta se posiciona contra o comunismo, e o livro traz algumas informações complementares. 

No período da ditadura militar o Jornal Folha do subúrbio que era distribuído em Camaçari fez críticas e propagou o anticomunismo, a partir disso é possível fazer algumas análises dessas edições e dessas notícias que foram passadas para os leitores junto do livro “Em Guarda Contra o Perigo Vermelho: O Anticomunismo no Brasil.” [4]

Diversas estratégias foram adotadas para depreciar o movimento comunista e tentar extinguir o movimento do país, uma das estratégias usadas foi a comparação do comunismo com os piores tipos de coisas possíveis como a fome, violência e doenças.

Algumas edições do jornal deixavam explícitas em suas capas, frases impactantes onde seu principal objetivo era mostra para a população o pior lado do comunismo. Em algumas edições do Jornal Folha do Subúrbio é possível encontrar alguns títulos fortes que chamam a atenção do leitor.

Como na edição de 30 de novembro de 1966, onde o título dizia “Basta acabar com a miséria?”, [5]com esse título e com o enredo da notícia o comunismo para o jornal e para outros era um problema a ser resolvido, ao dizer que para acabar com a fome bastava acabar com o comunismo o jornal literalmente joga a culpa da fome e da miséria em cima do comunismo. Mas para poder realmente acabar com a miséria no mundo, seria necessário abrir mão do capitalismo.

Em uma das edições fala sobre o “Diálogo com os comunistas” [6]onde ao se fazer a análise da notícia é possível observar que o jornal passa a mensagem de não acreditar nos discursos comunistas, que apesar parecer fascinante apenas o capitalismo seria bom.

 Além de usar o discurso de que sem Deus e sem liberdade o movimento não daria certo, o jornal menciona a separação da Alemanha onde após a queda do muro aqueles que se viram longe do regime comunista comemoravam a liberdade por se verem livres do regime.

Quando os militares chegaram ao poder [7] foi criada uma censura muito grande. Jornais só publicavam aquilo que lhes era permitido fora os interesses dos patrocinadores e assinantes do jornal.[8]

Antes da Guerra Fria começar, o anticomunismo já existia no Brasil desde a intentona comunista de 1935[9], que foi uma fracassada tentativa de tomada do poder. A revolta de 1935 foi um levante armado por meio do qual comunistas tentaram derrubar o governo de Getúlio Vargas. Houve movimentos militares em Natal, Recife e no Rio de Janeiro e o governo conseguiu acabar com o movimento com bastante violência. A partir disso, houve grande repressão aos comunistas e a intentona comunista tornou-se um símbolo do anticomunismo de 1935. Com isso inaugurou-se no Brasil a prática de perseguição e tortura aos políticos e aos comunistas e desde então os militares usariam esse episódio para fazer propaganda anticomunista.

Uma estratégia que foi extremamente usada pelo movimento Anticomunista foi o uso da religião em seu favor para disseminar o movimento. No evento “Marcha com Deus”,  [10] em 1964, foi literalmente um evento incitando a população contra o comunismo onde alguns discursos como “vamos para as ruas, antes que os inimigos cheguem aos nossos templos e igrejas!” [11]e por meio desses discursos a religião católica teve um grande papel no movimento. Nessa época houve uma junção das religiões contra o comunismo, diversas declarações públicas a favor dessa união, até mesmo o Cardeal Câmara deu uma declaração apoiando.  Alguns Grupos Anticomunistas se declaravam democratas [12] dizendo ser a favor da democracia, mas que na verdade esse título servia apenas de fachada, era apenas para encobrir suas verdadeiras intenções.

Na edição de Junho de 1964 n°495 o jornal afirma que Corrupção é aliada do comunismo e para salientar essa informação eles usam uma frase de D. José Maurício da Rocha[13] onde ele diz que “A Corrupção é a grande meta para a realização dos planos de Moscou”, continuando com as afirmações de D. José ele afirma que o comunismo é o inimigo número um do Estado e da Igreja.[14] A partir disso o Estado também faz uma declaração dizendo que não pode ignorar os comunistas e que não os ignora, mas que com uma injustificável tolerância os protege através dos mandados de Hábeas Corpos e segurança. Além de afirmar que existe a “necessidade” de uma ação contra o comunismo. D. Maurício confia que a Revolução dê fim aos problemas do país.

Observando a maneira com a qual o jornal desenvolve suas notícias é possível perceber qual sua posição em relação ao comunismo. Sempre usando frases de pessoas importantes que estão contra o comunismo e o jornal usa essas frases em seu favor. Sempre de forma discreta e nunca usando o nome do jornal diretamente ele usava  essas frases para depreciar o movimento comunista, visando a extinção do movimento em nosso país.


Referências:  MOTTA, Rodrigo Patto Sá, Em Guarda Contra o Perigo Vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-1964).








[1] Alunos do Colégio Estadual Professor Edílson Souto Freire 3° Bv.
[2] Jornal de Camaçari criado em 21 de março de 1936.
[3] Livro publicado em 2002.
[4] Autor: Rodrigo Patto Sá Motta. Historiador brasileiro, especialista na área de História do Brasil República.
[5] Edição de 30 de novembro de 1966 do Jornal Folha do Subúrbio.
[6] Edição de 30 de abril de 1965 n° 493 do Jornal Folha do Subúrbio.
[7] Golpe de 1964.
[8] Jornal Mensal por assinatura.
[9] Livro: O Golpe de 1964: Pág. 24
[10] Evento realizado em São Paulo e Rio de Janeiro, considerado uma resposta contra a “Ameaça comunista.” 
[11] “Pág..: 304 do livro.”
[12] “Pág.: 306 do livro.”
[13] Sacerdote Católico Brasileiro.
[14] Edição: 30 de junho de 1965 N°495 do Jornal Folha do Subúrbio.

A DITADURA MILITAR E A MÍDIA

A DITADURA MILITAR E A MÍDIA Aluno E [1]                                                                                         ...